Um conjunto de vários radares seguidos para detetar infratores que apenas abrandem ao aproximar-se de um radar fixo. Saiba tudo sobre os radares em cascata
Todos os radares fixos, quer seja em Portugal, quer seja noutro qualquer país da Europa têm uma posição definida e, por lei, devem estar devidamente sinalizados.
Os radares fixos são colocados, principalmente, em locais com elevada sinistralidade rodoviária ou onde existe uma maior afluência de trânsito e perigo. Estes têm como objetivo garantir que os condutores cumprem os limites de velocidade, protegendo os mesmos e diminuindo a probabilidade de ocorrência de sinistros, nomeadamente aqueles com feridos.
Porém, os radares nem sempre cumprem aquele que é o seu objetivo principal: chamar à atenção para a necessidade de cumprimento dos limites de velocidade, penalizando os condutores que não o façam.
São muitas as técnicas utilizadas pelos condutores para “escaparem” às multas, e uma delas é o travar imediatamente antes do radar e acelerar imediatamente depois.
Tendo consciência de que esta é uma prática muito generalizada, a Direção-Geral de Trânsito de Espanha decidiu testar um novo sistema, e que muito provavelmente, deverá chegar em breve a Portugal: os radares em cascata.
Este sistema apelidado de radares em cascata tem como principal objetivo identificar os condutores que reduzem a velocidade apenas quando se aproximam de um radar fixo e que, depois de o passarem, voltam a acelerar o veículo.
Este sistema foi testado, inicialmente, na região de Navarra, em Espanha.
Os resultados ainda não foram divulgados oficialmente mas o volume de infrações registadas sugere que Direção-Geral de Trânsito de Espanha possa vir a aplicar este sistema noutras cidades espanholas.
Outros países europeus, nomeadamente Portugal, estão atentos a este sistema de radares em cascata e ponderarão incorporá-los nas suas redes de fiscalização rodoviária.
Este sistema consiste na instalação de um conjunto de radares seguidos ao longo de um, dois ou três quilómetros, por forma a “apanhar” os condutores que abrandam apenas imediatamente antes do radar fixo e aceleram depois de passarem por esse mesmo radar.
O sistema consiste por isso na colocação de radares móveis antes oudepois de um radar fixo com localização definida e pública, sem a obrigatoriedade de estes estarem sinalizados.
Do ponto de vista governamental, este sistema é vantajoso a vários níveis, nomeadamente no que diz respeito a despesas com o material necessário, e claro, no incentivo à consciencialização da segurança rodoviária.
Os radares móveis são mais baratos e têm um custo de manutenção mais baixo que os radares fixos. Por este motivo, utilizar este sistema acaba por não ser muito dispendioso para as autoridades policiais, sendo altamente eficaz.
Sim, as multas cometidas por automóveis de matrícula portuguesa em território espanhol chegam a Portugal.
Aliás, em 2018, Portugal foi o segundo país com mais coimas por excesso de velocidade em Espanha.
Foram 43 643 as multas passadas a condutores de carros com matrículas portuguesas, no país vizinho.
Apenas os carros com matrícula francesa tiveram mais multas que os carros portugueses, em Espanha, no ano de 2018. No total, os franceses contabilizaram um total de 56 453 infrações.
E estas infrações, embora cometidas em Espanha, e mesmo que o condutor ou o proprietário do automóvel não sejam identificados no local, chegam sempre à morada do proprietário do automóvel. Este processo foi agilizado em todo o território Europeu pela mão da Eucaris.
A EUCARIS é uma plataforma eletrónica que surgiu como uma iniciativa de promoção da cooperação policial entre os países que compõem a União Europeia.
Esta plataforma permite a partilha de informações entre os países-membros, tornando possível identificar e notificar os proprietários dos automóveis que foram “apanhados” a cometer infrações nestes países.
E estas infrações não são apenas aquelas que dizem respeito a excesso de velocidade. Outras infrações como condução sob o efeito de álcool ou drogas, utilização de telemóvel ou desrespeito pela sinalização são também registadas neste sistema.
Em Espanha, as multas por excesso de velocidade variam entre 100 e 600 euros.